O turismo rural dos Açores está sem camas disponíveis “em muitas unidades” face à procura na época alta, de acordo com o presidente da Associação de Turismo Rural Casas Açorianas, Gilberto Vieira.
“Este ano, estamos a ser surpreendidos pela positiva, uma vez que se avizinhava um ano difícil e as perspetivas para 2012 e 2013 eram das piores. As taxas de ocupação certamente que não são inferiores a 2012, apesar de ainda faltar passar mais alguns meses para o final do ano e termos de contar com a sazonalidade, o que altera os números finais”, disse à Lusa o empresário Gilberto Vieira.
O presidente da Associação Casas Açorianas – que possui 61 associados num total de 700 camas disponíveis – refere que a avaliar pelos números da central de reservas do organismo, sobretudo na estação alta em curso, existe “falta de disponibilidade de camas” em “muitas unidades”.
Gilberto Vieira acentua que a página na internet das Casas Açorianas deverá ultrapassar este ano os 120 mil visitantes, destacando que são os europeus, em maior número os alemães, quem procura as unidades de turismo rural nos Açores.
“Cada vez mais o mercado alemão está a revelar uma apetência extremamente interessante pela região, vindo a crescer de ano para ano, sendo este muito importante para os Açores, uma vez que a Alemanha é o único país da Europa onde a situação económica e financeira está mais estável”, declara o presidente da Associação de Turismo Rural Casas Açorianas.
Gilberto Vieira defende a necessidade de uma aposta no mercado norte-americano, mas não apenas no denominado mercado da saudade (emigração portuguesa), uma vez que os Açores estão “apenas” a quatro horas de avião da costa leste dos EUA.
O empresário considera que o maior problema do setor reside justamente na sazonalidade, que tem sido “atenuada” através da promoção do turismo rural dos Açores através do motor de busca Google e de promoções realizadas na central de reservas das Casas Açorianas, face à ausência da presença de turistas nacionais, que “desapareceram” com a recessão económica e financeira.
“Na estação baixa, era o mercado nacional que pela sua proximidade atenuava bastante a sazonalidade”, explica Gilberto Vieira, que destaca terem sido agora os estrangeiros a “ocupar este espaço”.
Gilberto Vieira está convicto de que o turismo rural nos Açores está “de ano para ano” com “mais procura” e a ter uma imagem “mais forte” na sequência do trabalho que tem sido desenvolvido pelas Casas Açorianas nas feiras temáticas nacionais e internacionais.
“A atual situação da realidade turística mundial obriga os operadores a um esforço adicional na busca de ofertas que sejam especialmente atrativas para os seus clientes. Nós temos isso para partilhar nos Açores, uma panóplia de produtos diferenciados que atrai o interesse das pessoas na sua busca quando vão de férias”, destaca o empresário.
O presidente das Casas Açorianas refere que o turismo rural dos Açores procura clientes de classe média/alta com “elevado poder de compra” e que procuram ” algo “diferente” e “genuíno” que as ilhas oferecem.
Lusa