Turma continua com actividade suspensa até quarta-feira

O delegado de Saúde da Lagoa admitiu esta segunda-feira que a suspensão das actividades lectivas de uma turma da secundária deste concelho de S. Miguel, Açores, se mantenha até quarta-feira para prevenir a propagação da gripe A (H1N1).

“Estão confirmados quatro casos na turma (H do 10.º ano de escolaridade), existindo ainda dois em investigação e outros dois altamente sugestivos porque apresentavam sintomas de gripe”, revelou à Agência Lusa Mário Freitas, também delegado de Saúde da ilha de S. Miguel.

Mário Freitas, especialista em Saúde Pública, salientou que o primeiro caso confirmado nesta turma surgiu terça-feira, num aluno que tinha estado em casa de familiares na Ribeira Grande, concelho na costa norte de S. Miguel.

“Dado que, em termos epidemiológicos, se percebeu que o foco deste surto estava nesta turma, foi decidido interromper as actividades lectivas”, justificou Mário Freitas, admitindo que os alunos do 10.º H fiquem em casa previsivelmente até quarta-feira.

Mário Freitas explicou que a situação “está a ser gerida com base na evolução do número de casos”, do período de incubação da doença (de um a sete dias) e da vigilância dos alunos, em articulação com o conselho executivo da escola.

Para o delegado de Saúde, o impacto social e económico de suspender a actividade lectiva de uma turma “é muito menor do que um cenário de contágio da doença na escola”, sublinhando que a interrupção das actividades lectivas é uma recomendação da Comissão Europeia.

Nesse sentido, salientou que, enquanto médico especialista em Saúde Pública, adoptou o critério que considerou “mais adequado para proteger a saúde da população do concelho da Lagoa e minimizar ao máximo o número de casos”.

“A situação desta turma é uma situação de propagação sustentada dentro do concelho”, afirmou.

Neste quadro, Mário Freitas sugeriu que, numa fase inicial, a Escola EB 2/3 da Maia, que contabilizou na última semana mais de 40 casos de gripe A, podia ter adoptado o mesmo critério, mas recordou que, como delegado de Saúde de S. Miguel, apenas lhe compete a função de coordenação, já que os delegados de saúde concelhios é que decidem pelo encerramento ou não da escola.

Mário Freitas alertou, no entanto, que o número de casos registados no concelho da Ribeira Grande “está muito acima do expectável, com um por cento da população já infectada”, frisando que se trata de um cenário que tem “impacto na ilha de S. Miguel”.