A Universidade dos Açores vai contratar menos professores este ano letivo, tendo optado por colocar a dar mais aulas docentes da academia que desenvolviam também outras atividades, como investigação ou prestação de serviços, dadas as dificuldades financeiras que enfrenta.
Na semana passada, o secretário de Estado do Orçamento deu o aval à disponibilização de uma verba de 1,2 milhões de euros para a Universidade dos Açores fazer face às dificuldades com que é confrontada no arranque do ano letivo.
Um dos problemas da academia, segundo o reitor Jorge Medeiros, era a falta de meios para contratar professores, havendo cursos que não estão ainda a funcionar em pleno por causa disso.
Em declarações hoje aos jornalistas em Ponta Delgada, Jorge Medeiros revelou que a direção da universidade esteve nos últimos dias “a ver todas as distribuições de serviço docente” e “todas as possibilidades, atendendo às competências internas”.
“Há recursos internos com competências próprias que podem muito bem dar algumas das disciplinas a vários cursos”, referiu, acrescentando que hoje de manhã foi comunicado às unidades orgânicas da universidade que cursos podem avançar com esses recursos internos e que professores podem ser contratados.
Jorge Medeiros defendeu que a universidade deve servir-se desses recursos e usá-los “em pleno”, referindo que “foram formados pela casa, têm as competências próprias, são professores em que a Universidade dos Açores investiu”.
O reitor explicou que se trata de pessoas que além de assegurarem as aulas de diversas disciplinas, “também desenvolviam outras atividades, como investigação, prestação de serviços, entre outros”.
“Contudo, nesta altura não há dúvida de que são necessários para lecionar algumas das disciplinas em falta e com certeza temos e nos apoiar neles”, afirmou.
Por este ser um trabalho que só foi terminado hoje de manhã, o reitor não soube precisar quantos professores serão contratados a menos este ano pela universidade e quanto é que isso se traduzirá em termos de gastos.
As contratações serão feitas a partir de hoje e a previsão é que as aulas estejam normalizadas na universidade, em todos os cursos, nas próximas semanas, afirmou.
O reitor disse, por outro lado, que há dois cursos na universidade que não têm um número mínimo de alunos inscritos para funcionar: Filosofia e Cultura Portuguesa e Ciências Biológicas e da Saúde.
A universidade espera ainda os resultados da “última tentativa” para preencher o número mínimo de alunos (seis), a terceira fase de colocação no ensino superior, mas admitiu que há “poucas possibilidades” de esses cursos abrirem.
Jorge Medeiros falava em Ponta Delgada, à margem da cerimónia que assinalou o 10.º aniversário do programa de aprendizagem ao longo da vida da Universidade dos Açores.
Segundo o balanço apresentado na ocasião, o programa já promoveu mais de 100 cursos e mais de 80 seminários, a que aderiram cerca de 350 alunos.
Lusa