Universidade dos Açores avança com revisão de estatutos

O conselho geral da Universidade dos Açores (UAç) deliberou na noite de terça-feira prosseguir com o processo de revisão dos estatutos, embora o reitor, Jorge Medeiros, negue a intenção de encerrar “qualquer um dos polos” existentes.
 

No final de uma longa reunião em Ponta Delgada, que teve início na manhã de segunda-feira e que terminou já de noite, o presidente do conselho geral, Ricardo Madruga da Costa, disse aos jornalistas que o processo de revisão dos estatutos foi iniciado, mas lembrou que vai demorar ainda algum tempo para que esteja concluído.

“Criou-se na opinião pública a ideia de que hoje sairia daqui uma revolução catastrófica, que se iria gerar o apocalipse em torno dos estatutos, quando de facto, o que estava em causa, e sempre esteve, era apenas deliberar sobre a forma de abordar a revisão estatutária”, explicou.

A polémica em torno da revisão dos estatutos surgiu na sequência de uma proposta apresentada pelo reitor da UAç, Jorge Medeiros, que pretende concentrar em duas faculdades as 12 unidades orgânicas em que os serviços da academia açoriana estão divididos.

O reitor fez questão de esclarecer os jornalistas, no final da reunião do Conselho Geral, de que a sua proposta (já contestada pelos diretores dos departamentos universitários sediados nas ilhas Terceira e Faial), que não pretende encerrar “qualquer um dos polos” existentes.

“Sempre fui um defensor da tripolaridade”, insistiu Jorge Medeiros, acrescentando não ter dúvidas de que nos três polos da Universidade existem “competências” e “instalações” adequadas, em algumas áreas, e que “não faz sentido pensar-se em fechar qualquer um dos polos”.

A proposta do reitor, que pretende ser uma solução para o problema do subfinanciamento da universidade, não foi, no entanto, alvo de análise na reunião do Conselho Geral, que volta a reunir na segunda-feira, 11 de março, para “fixar a metodologia e o regulamento” do processo de revisão estatutária.

“Agora, estas propostas vão todas ser passadas a pente fino, vão ser discutidas e debatidas, e depois, se chegarmos a um texto final de revisão estatutária, tem de haver 2/3 dos membros do conselho a votar favoravelmente”, recordou Ricardo Madruga da Costa.

A proposta apresentada pelo reitor da academia açoriana tem gerado, no entanto, grande contestação interna, por alegadamente pretender acabar com a divisão da universidade em três ilhas, concentrado os serviços em Ponta Delgada e retirando importância aos polos de Angra e Horta.

“O que se pretende com esta proposta é que haja duas faculdades que englobam todas as competências que existem nessas unidades orgânicas e que tenham autonomia administrativa e financeira”, insistiu o reitor, sublinhando que “isso não quer dizer que essas unidades orgânicas não possam ter institutos, localizados num polo ou noutro”.

Uma ideia que, segundo explicou Jorge Medeiros, é partilhada por uma comissão constituída por professores catedráticos, auxiliares, associados, investigadores e “pessoas dos vários polos da Universidade dos Açores, quer de Angra do Heroísmo, quer da Horta, que trabalharam durante um ano para chegar àquela proposta”.

 

Lusa

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