A Universidade dos Açores quer intensificar a colaboração com a sua congénere de Cabo Verde nos domínios da formação e investigação de fenómenos ligados às erupções vulcânicas e riscos geológicos, avançou fonte oficial.
O interesse foi manifestado à agência Lusa na Cidade da Praia por Gabriela Queirós, pró-reitora para a Ciência e Tecnologia da Universidade dos Açores, que participa na conferência internacional que assinada o primeiro aniversário da erupção vulcânica na ilha cabo-verdiana do Fogo, cuja abertura oficial aconteceu hoje.
“Um dos aspetos que podemos colaborar com Cabo Verde é no domínio da formação, temos alguma formação bem estabelecida ao nível da vulcanologia e dos riscos geológicos onde poderemos, na medida dos interesses, estabelecer alguma relação”, começou por avançar a investigadora, indicando que a Universidade dos Açores já orienta alunos cabo-verdianos de doutoramento e também de mestrado.
A investigadora do centro de vulcanologia e avaliação de riscos geológicos dos Açores avançou que as duas universidades poderão colaborar ainda no domínio da investigação, uma vez que o arquipélago dos Açores tem fenómenos semelhantes, não só vulcânicos, mas também ao nível dos movimentos de vertentes, enxurradas e dos problemas da desgaseificação vulcânica.
“A Universidade dos Açores tem todo o interesse em colaborar com a Universidade de Cabo Verde (…) Acho que há muitos aspetos onde os dois arquipélagos podem colaborar e nós estamos disponíveis para isso”, prosseguiu a investigadora.
Quanto à conferência, Gabriela Queirós disse que vai disponibilizar alguma informação sobre a forma como a universidade açoriana trabalha, nomeadamente ao nível da avaliação dos perigos associados aos gases vulcânicos.
“Também nos Açores isso é um perigo que traz alguns aspetos de saúde pública complicados”, sustentou, dizendo que vai apresentar ainda aspetos relacionados com a monitorização dos taludes, na perspetiva da monitorização dos movimentos de vertente, tento em conta que os Açores é arquipélago com elevada taxa de precipitação atmosférica.
Relativamente a Cabo Verde, a pró-reitora para a Ciência e Tecnologia da Universidade dos Açores disse que o país precisa melhorar aos seus sistemas de monitorização e, tal como a Universidade dos Açores, ter mais pessoas para manter os sistemas a funcionar.
Além de cabo-verdianos, a conferência internacional sobre a erupção vulcânica no Fogo contará ainda com especialistas da Universidade do Minho, e de países como a Islândia e das Canárias.
Cerca de 100 cientistas vão debater as causas, consequências e fazer a gestão dos riscos vulcânicos e fazer com que a sociedade cabo-verdiana esteja cada vez mais informada e preparada para enfrentar situações do género.
A Associação de Municípios da Região Autónoma da Madeira (AMRAM) é um dos parceiros do evento, organizado pela Uni-CV, os Ministérios do Ensino Superior, Ciência e Inovação e da Administração Interna cabo-verdiana e o Serviço Nacional da Proteção Civil (SNPC).
A erupção vulcânica no Fogo começou a 23 de novembro de 2014 e foi dado como terminado a 08 de fevereiro deste ano.
Lusa