“A partir do dia 18 ou 19, há condições para que a vacinação arranque no arquipélago”, adiantou, em declarações aos jornalistas, o diretor regional da Saúde, Berto Cabral, acrescentando que as vacinas para esta faixa etária deverão chegar à região “na próxima segunda-feira”.
O diretor regional, que é também responsável máximo pela Autoridade de Saúde Regional nos Açores, falava em Angra do Heroísmo, à margem a uma visita a uma operação de testagem em massa nas escolas, que arrancou hoje nas ilhas Terceira e São Miguel.
Segundo Berto Cabral, as unidades de saúde de ilha estão, neste momento, a fazer a planificação da vacinação de crianças, que deverá decorrer de forma diferente nas várias ilhas.
“Cada unidade de saúde de ilha e, tendo em conta a especificidade de cada uma, quer seja na dimensão da população, quer seja no número de recursos humanos que tem para o processo, irá adotar o modelo que for mais funcional. Em São Miguel, prevê-se que seja em casa aberta, na Terceira a unidade de saúde de ilha vai fazer com agendamento”, adiantou.
Os Açores têm cerca de 11 mil alunos entre os cinco e os 11 anos, mas a direção regional da Saúde estima que a vacinação atinja um número mais reduzido.
“Sabemos que na prática não vai ser bem assim, porque os números nacionais também já demonstram que a taxa de recusa é superior às outras faixas etárias”, admitiu.
Na faixa etária entre os 12 e os 15 têm já vacinação completa nos Açores “mais de 9.000 crianças”, uma medida que permite, segundo Berto Cabral, reduzir o número de isolamentos profiláticos e, consequentemente, reduzir o impacto na atividade letiva.
“Nos mais velhos, que já estão maioritariamente vacinados, o impacto em termos da atividade escolar é completamente diferente”, adiantou, acrescentando que na região a abordagem aos contactos próximos dos casos positivos difere de pessoas vacinadas para não vacinadas.
Os Açores são a única região do país em que ainda não arrancou a vacinação contra a covid-19 de crianças entre os cinco e os 11 anos.
Berto Cabral reiterou que a prioridade do executivo açoriano foi vacinar com a dose de reforço a população mais vulnerável.
“Esta opção que foi feita teve uma razão que foi conseguirmos vacinar mais pessoas idosas, mais pessoas em risco. E a idade é obviamente um fator que está associado ao risco nestas infeções”, sublinhou.
As crianças do 1.º e 2.º ciclos das escolas das ilhas Terceira e São Miguel começaram hoje a ser testadas ao coronavírus SARS-CoV-2, com testes de saliva, numa operação que se prolongará até fevereiro.
Os Açores tinham na quarta-feira 2.801 casos ativos de infeção pelo coronavírus SARS-CoV-2 que provoca a doença covid-19, sendo 1.857 em São Miguel, 499 na Terceira, 225 no Faial, 127 no Pico, 39 em Santa Maria, 24 nas Flores, 21 em São Jorge, cinco no Corvo e quatro na Graciosa.
Lusa