O vice-presidente do Governo Regional dos Açores, Sérgio Ávila, afirmou que, no ano passado, assistiu-se na região a um ajustamento no sentido de “cada vez mais nas ilhas vivermos com aquilo que conseguimos gerar”, salientando que, em 2009, a diferença entre os depósitos na banca e o crédito concedido se tinha situado nos 118 milhões de euros. Sérgio Ávila, que falava em Ponta Delgada numa conferência sobre ‘Perspetivas de estratégicas de desenvolvimento dos Açores”, afirmou também que a dívida direta da região recuou 22 por cento no último ano, passando a corresponder a nove por cento do Produto Interno Bruto (PIB) regional. Segundo o vice-presidente do executivo açoriano, trata-se um valor 10 vezes inferior ao apurado para o país e oito vezes abaixo da média comunitária, salitando ainda que se regista num quadro de manutenção dos níveis de investimento público no arquipélago. Como principais desafios dos Açores para este ano, Sérgio Ávila apontou a necessidade de aumentar a incorporação de valor acrescentado na produção regional e, por via disso, dinamizar o emprego de ativos cada vez mais qualificados e incorporar menos importações naquilo que o arquipélago exporta. A dinamização do mercado interno regional e o combate aos impactos na região de “fatores exógenos de conjuntura” são outras das metas que anunciou para um ano em que considerou que se perspetivam especiais dificuldades devido a reduções no consumo e o agravamento dos custos de algumas matérias primas, como o petróleo. Nesse contexto, Sérgio Ávila reafirmou a intenção do executivo açoriano de lançar novas linhas de crédito às empresas, com partilha de riscos com a banca, dirigidas à criação de fundo de maneio e reestruturação do endividamento. Por outro lado, destacou a importância de se ter em conta na gestão dos apoios o destino da produção regional, ou seja, se vai para o mercado interno ou para o exterior.
Valor do crédito aproxima-se do montante dos depósitos nos Açores
A diferença entre os depósitos e o crédito concedido pela banca em 2010 nos Açores atingiu 20 milhões de euros, valor que o executivo regional considera revelar o fraco contributo do setor financeiro para a “alavancagem” do investimento privado.