Os veleiros envolvidos na regata Vannes/Horta/Vannes Atlantique 2009 para embarcações da classe Pogo 8.50 devem começar a chegar aos Açores na próxima terça-feira, 4 de Agosto, estando a viagem oceânica atrasada devido às dificuldades de navegação com que se têm confrontado – a frota ainda está a cerca de 300 milhas do porto de destino no arquipélago.
As notícias que chegaram nos últimos dias dos tripulantes dos iates em prova [pode fazer-se o acompanhamento dos concorrentes em www.asso-pogo.com, no menu L’Atlantique Pogo] davam conta de quase uma semana de “mar caótico, navegação difícil, condições duras, visibilidade nula e bruma deprimente”.
Após oito dias de mar, desde a partida no sábado 25 de Julho do Golfo de Morbihan, na costa da Bretanha francesa, com destino à cidade da Horta, os participantes na primeira etapa desta competição haviam percorrido apenas 1000 das 1300 milhas do percurso, enfrentando durante bastante tempo ventos fortes (com rajadas até 31 nós), frio intenso, chuva e mar agitado, com “muitos balanços”, resultado de vagas alterosas.
As depressões atmosféricas com que a frota se confrontou levava até um dos skippers em prova, Alain Delord, do iate «Noix de Coco» a dizer que o trajecto estava “longe de se aparentar com umas férias estivais a caminho das ilhas”, bem pelo contrário, embora os veleiros estivessem a “adaptar-se bem às complicadas condições de navegação”.
Já no fim-de-semana os velejadores davam conta de alguma acalmia no tempo, com “vento confortável, finalmente, e favorável à necessidade de recuperar forças”, depois dias desenfreados, desoladores e cansativos, impondo atenção permanente ao leme… A miragem de uma cerveja em terra era também referida, em face das dificuldades anteriores de ganhar milhas em direcção ao Faial.
Ao início da manhã deste domingo, 2 de Agosto, a prova era liderada pelo «Demain, des L’Aube», de Claude Dabir, que se encontrava às 6:00 horas a 310 milhas da cidade da Horta. A igual distância da “ilha azul”, embora velejando mais a sul que o líder da course, encontrava-se o mencionado «Noix de Coco», do solitário Alain Delord, enquanto em terceiro se apresentava o «Pogotine», da equipa Eric Stindel/ Vincent Sauleau, a embarcação mais a norte de toda a frota e que se situava a 322 milhas da meta, no canal das ilhas Faial/Pico. O «Giant Turtle», da dupla René-Pierre Saint-M’Leux/ Jean-Claude Lebeaupin, que durante vários dias comandara a regata estava agora com problemas de transmissão de informação, pelo que se desconhecia a sua posição relativa, ao princípio da manhã de hoje.
Todas as embarcações em competição situavam-se, no entanto, a menos de 350 milhas da Horta, apresentando-se a sul da coluna dos outros iates, na quarta posição, o «Praia Branca», de Guy Jestin, curiosamente um dos melhores na largada em França e presidente da Associação Pogo, que navegava a 344 milhas dos Açores. A fechar a frota, a 349 milhas da meta, estava o veleiro «Ti Punch», de Roger Wirion/ Luc Gaul.
Recorde-se que no total são oito – sete franceses e um italiano – os iates envolvidos nesta regata Vannes/Horta/Vannes Atlantique Pogo 2009, (quatro com equipas de dois tripulantes e quatro com skippers solitários), numa prova com carácter bienal, que sucede à Regata Internacional Atlantique Pogo 2007 que se disputou naquele ano entre a cidade francesa de Douarnenez e a Horta.
Esta regata Vannes/Horta/Vannes é organizada conjuntamente pela Sociedade de Regatas de Vannes, pela “Mairie” daquele cidade francesa e pela Comissão Náutica Municipal da Horta – que inclui a Câmara Municipal, o Clube Naval da Horta, a Administração dos Portos do Triângulo e do Grupo Ocidental e a Associação Regional de Vela dos Açores.
Patrocinam esta competição o Governo dos Açores (através da Direcção Regional do Desporto e da Direcção Regional de Turismo), o Peter – Café Sport, a JM – Transportes e Demolições, a TerAuto, a Hortaludus – Empresa Municipal e Norberto Diver.
Luis Prieto
