Otília tem 72 anos e veio com o marido. Contou à agência Lusa que sempre trabalhou, “desde os 9 anos”, na esperança de ter uma vida melhor e conseguir sustentar as duas filhas.
Hoje, veio à manifestação porque o país está “uma vergonha”.
“É uma revolta muito grande porque sempre trabalhei para ter uma vida melhor, mas hoje ainda sou eu que tenho de ajudar as minhas filhas”, disse.
Já Maria, 53 anos, está desempregada há dois anos e trouxe um cartaz onde denuncia o corte de 6 % no seu subsídio de desemprego. Para ela, participar à manifestação “é uma obrigação”.
“O país está um caos e eu estou muito descontente”, disse à agência Lusa.
Pelo caminho, entre o Príncipe Real e a Praça do Município, Paulo Antunes, 28 anos contou que é cada vez mais difícil ser trabalhador estudante em Portugal, com as propinas cada vez mais altas e os apoios sociais cada vez mais baixos.
“Os impostos são brutais e quem ganha é o grande capital”, criticou.
Ao longo do desfile, os manifestantes intercalaram palavras de ordem, como “O custo de vida aumenta e o povo não aguenta”, com a simbólica canção de José Afonso “Grândola Vila Morena”.
De acordo com os organizadores do protesto, quando a cabeça da manifestação percorria a rua do Alecrim, o fim do desfile estava ainda no Príncipe Real.
No âmbito da jornada de luta da CGTP “Contra a Exploração e a Pobreza” estão a decorrer manifestações e concentrações em 24 cidades portuguesas.
Lusa