O presidente do Governo e do PS nos Açores, Vasco Cordeiro, acusou hoje o líder do PSD na região, Duarte Freitas, de “meias verdades” quando fala em “erros trágicos” em obras públicas que apoiou no passado.
Vasco Cordeiro, que falava na sessão de encerramento do XI congresso da JS/Açores, afirmou que o momento atual exige “verdade e coerência” nos discursos dos políticos.
A este propósito, lembrou que esta semana Duarte Freitas, que lidera o maior partido da oposição nos Açores, apelou ao Governo Regional para não repetir “erros trágicos” do passado nas obras públicas, lançando grandes empreitadas que impediram a participação de empresas regionais, por causa da sua dimensão.
Vasco Cordeiro disse que esta não é uma acusação nova e que a anterior líder do PSD/Açores, Berta Cabral, hoje secretária de Estado da Defesa, apontava a obra das SCUT de S. Miguel para “justificar essas críticas”.
“A mesma pessoa que agora considera esse tipo de obras um erro trágico do Governo Regional foi a mesma pessoa que em 2001 votou a favor desse modelo quando ele foi votado na Assembleia Regional. E mais, não só votou a favor como queria que o modelo fosse utilizado em mais empreitadas de obras públicas por todos os Açores”, afirmou.
Vasco Cordeiro ressalvou ainda que a crítica de Duarte Freitas “não tem qualquer razão de ser” dada a participação de empresas regionais na empreitada e “a importância de que esse investimento se reveste para as pessoas” e para a economia da região.
Outro “exemplo do discurso da meia verdade” de Duarte Freitas e do PSD, segundo Vasco Cordeiro, tem a ver com as acusações de atrasos nos pagamentos da Administração Regional aos fornecedores, esquecendo “um pequenino detalhe”: que o Governo da República do PSD e do CDS-PP deve à Região 100 milhões de euros e “só a conta da saúde são mais de 50 milhões”.
O presidente do PS/Açores destacou ainda que “o próprio Governo Regional já identificou claramente onde é preciso fazer um esforço acrescido para regularizar” pagamentos, referindo-se aos hospitais e ao Instituto Regional de Ordenamento Agrário.
A JS/Açores terminou hoje o seu XI Congresso, durante o qual elegeu um novo líder, Guido Teles, a quem Vasco Cordeiro pediu para “chegar ainda mais longe nas propostas, ideias e contributos” para “o bem” do arquipélago.
Vasco Cordeiro considerou haver um “desafio absolutamente central” neste momento: a criação de emprego e, sobretudo, de emprego jovem, o qual não é apenas do Governo ou dos políticos, mas de todos e da própria juventude, afirmou.
Neste contexto, reiterou o empenho do Governo dos Açores em “melhorar as condições de empregabilidade” dos jovens da região através da promoção da sua qualificação, de estágios ou de programas para promover o primeiro emprego e o empreendedorismo.
Já Guido Teles disse que a JS/Açores “centrará a sua ação” na construção da “próxima geração da autonomia”, o que passa por “três eixos fundamentais: qualificação, emprego e participação”.
Destacando que os Açores são “a região mais jovem do país” mas tem baixos níveis de qualificação, defendeu uma nova oferta curricular nas escolas profissionais e na Universidade dos Açores, mais adequada “às necessidades e oportunidades” das ilhas.
A nível do emprego, sugeriu novas vertentes de programas do Governo Regional como o CPE Premium ou o INTEGRA, que apoiam o empreededorismo e empresas que contratam desempregados.
Guido Teles anunciou ainda que vai defender uma nova composição do Conselho da Juventude dos Açores, para “reforçar o papel dos jovens na proposição, na monitorização e no acompanhamento” das medidas governamentais, e a realização de uma Convenção Autárquica “da qual emergirá o projeto político da JS/Açores” para as eleições locais deste ano.
Lusa