Vasco Cordeiro apela ao reforço do diálogo e concertação entre parceiros para “melhor emprego” nos Açores

O Presidente do Governo apelou hoje às organizações patronais e sindicais para que reforcem o diálogo e a concertação, no sentido de se alcançarem soluções que permitam o sucesso do combate à precariedade do emprego e uma melhoria das remunerações dos trabalhadores da Região.

“Quero aqui deixar um convite e um apelo, não só a cada um dos empresários e trabalhadores desse setor, mas também às suas organizações representativas, como, por exemplo, as Câmaras do Comércio e as estruturas sindicais, desde logo, a UGT/Açores e a CGTP/IN. Esse convite e apelo é para que, em especial no setor turístico, à semelhança do que muito recentemente aconteceu, com o empenho de todos os intervenientes, no setor das pescas, criem ou reforcem, os canais ou espaços de diálogo e concertação que possam conduzir a uma melhoria da remuneração e ao sucesso no combate à precariedade do emprego na Região”, afirmou Vasco Cordeiro.

O Presidente do Governo falava na sessão solene comemorativa do Dia da Região Autónoma dos Açores, que decorreu no concelho da Madalena, ilha do Pico, e que ficou também marcada pela imposição de 38 Insígnias Honoríficas a personalidades e a instituições.

“Ao Governo não basta que os Açorianos tenham mais emprego. O Governo não se pode bastar com a simples criação de medidas de apoio às empresas ou aos trabalhadores, com os incentivos ao investimento ou com os apoios à empregabilidade”, assegurou Vasco Cordeiro, recordando que, nestas matérias, o Executivo açoriano, no final do ano passado, no âmbito do Conselho de Governo Extraordinário sobre Emprego e Economia, tomou um conjunto de medidas destinadas a facilitar a concretização desse objetivo.

Esse é, no entanto, um desafio que exige um envolvimento maior e, sobretudo, um compromisso da parte de todos para que, em conjunto, seja mais fácil alcançar o objetivo de ter, na Região, cada vez melhor emprego, preconizou.

Na sua intervenção, Vasco Cordeiro recordou que, durante o período de crise que o turismo viveu na Região, foi exigido aos empresários e trabalhadores que fizessem um esforço acrescido, e mesmo alguns sacrifícios, no sentido de garantir a sobrevivência do setor turístico regional.

“Hoje, não pode deixar de ser exigível que também todos possam beneficiar dessa fase de afirmação, crescimento e prosperidade. Assim é para o turismo, mas também assim deve ser para os restantes setores de atividade económica”, destacou o Presidente do Governo, ao salientar ser agora tempo de “nos debruçarmos sobre um desafio que tem vindo a ganhar premência crescente na nossa economia e na nossa sociedade e que é a qualidade do emprego”.

Nesta sessão solene, o Presidente do Governo defendeu que o desenvolvimento sustentado do setor turístico não pode ser, assim, apenas sinónimo de recordes nas taxas de crescimento das dormidas, do número de hóspedes ou dos proveitos, devendo também se traduzir na melhoria das condições de trabalho, quer ao nível remuneratório, quer ao nível da estabilidade e segurança desse relacionamento laboral.

“Esse é um trabalho, julgo importante também dizê-lo, que, pelo menos numa primeira fase, não tem de passar pelo Governo, mas para o qual estamos disponíveis e prontos a participar, caso a nossa intervenção seja solicitada”, garantiu.

Vasco Cordeiro referiu que, ao nível do emprego, no primeiro trimestre deste ano, a Região atingiu 15 trimestres sucessivos com descidas homólogas da taxa de desemprego, e entrou já no sexto trimestre sucessivo de aumento homólogo da população empregada.

“No que respeita à criação de riqueza na nossa Região, os dados oficiais relativos a 2017, embora provisórios, indicam que os Açores ultrapassaram, pela primeira na sua história, os quatro mil milhões de euros de riqueza produzida num só ano”, destacou.

Relativamente ao turismo, o Presidente do Governo sublinhou que 2017 foi o ano em que, com mais de 2,3 milhões de dormidas e cerca de 800 mil hóspedes, se bateram recordes, não só nesses indicadores, mas também em termos de proveitos, com cerca de 90 milhões de euros gerados nessa atividade.

Depois de considerar que, em algumas áreas da economia, os sinais de recuperação não são tão intensos – referindo-se aos casos do preço do leite pago aos agricultores e do rendimento que os pescadores retiram da sua atividade -, Vasco Cordeiro adiantou que, mais do que motivo de satisfação, o caminho de crescimento percorrido constitui “um poderoso incentivo para corrigir o que se impõe corrigir, melhorar o que já fazemos bem e fazer o que falta fazer”.

Vasco Cordeiro, que dirigiu ainda uma saudação especial a todos os agraciados, considerou, por outro lado, que neste dia celebra-se também a Autonomia “porque, efetivamente, ela foi, e é, bem para além da artificialidade da retórica ou das querelas, a expressão política e institucional que, resultando da tensão criadora de diversas perspetivas e propostas, tem sido capaz de responder, em concreto, às legítimas ambições de progresso e desenvolvimento do Povo Açoriano”.

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