O Presidente do Governo destacou está sexta-feira, no Faial, a importância do transporte marítimo de passageiros e de viaturas, incluindo carga rodada, enquanto fomento da coesão regional, de criação de “um autêntico mercado interno”, salientando os resultados já alcançados e o potencial futuro da opção estratégica que foi tomada pelo Governo dos Açores nesta área.
Vasco Cordeiro adiantou, nesse sentido, que termina a 18 de agosto o prazo para que os três estaleiros qualificados para a segunda fase do concurso público para a construção de um navio com capacidade para 650 passageiros e 150 viaturas, num investimento de cerca de 48 milhões de euros, apresentem as suas propostas de conceção e construção desse equipamento.
“De igual modo, também estou em condições de anunciar que, até ao final do corrente mês de agosto, o Governo prevê lançar, através da Portos dos Açores, o concurso para a empreitada de construção da rampa ro-ro no Porto das Pipas, em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira”, revelou também o Presidente do Governo, que falava na cerimónia de bênção e apresentação do novo navio de transporte de pessoas e viaturas ‘Mestre Jaime Feijó’.
Cerca de 18 meses após o acidente com o ‘Mestre Simão’, o Presidente do Governo frisou que não se trata apenas da substituição de um navio, mas da afirmação de uma aposta estratégica que se relaciona com a “criação de condições para o transporte por via marítima em navios ferry de pessoas e viaturas, incluindo carga rodada, entre as ilhas da nossa Região”.
“A opção de construção deste navio, com estas características, a opção de dotar os portos da nossa Região com rampas adequadas a essa operação ou ainda a opção de construção um navio com maior capacidade para ligar toda a nossa Região, tem a ver com uma opção política, tem a ver com uma opção estratégica de fomento da coesão regional e da economia das nossas ilhas, que se prende com a circulação de pessoas e bens por via marítima de forma eficaz, eficiente e o mais comoda e rápida possível”, afirmou.
Para Vasco Cordeiro, é “inegável e inquestionável que esta opção estratégica se revela como um avanço, como um impulso mais no reforço da coesão entre as nossas ilhas”, acrescentando que “é também por isso que a pretensão de alargar a toda a nossa Região é uma opção que se reveste de importância e de particular significado, neste momento e nesta evidencia, mas também quanto ao potencial que se apresenta para o futuro”.
Na sua intervenção, o Presidente do Governo manifestou satisfação com os resultados obtidos, desde a entrada ao serviço dos navios ferry, em 2014, ao nível do crescimento do número de passageiros, “mas, sobretudo, em termos daquele que é o potencial para, a partir do transporte de viaturas, incluindo carga rodada, transformar, reforçar, levar à concretização aquela que tem sido uma opção prosseguida há muito e de diversas formas e que tem a ver com o reforço da coesão regional, a criação de um autêntico mercado interno”.
Entre as melhorias introduzidas nas ligações marítimas no Triângulo com a entrada ao serviço dos novos navios ferry, Vasco Cordeiro destacou a possibilidade de os doentes que necessitam de evacuação poderem “entrar numa ambulância num centro de saúde do Pico e só saírem no Hospital da Horta”.
“Estão criadas as condições para que isso aconteça. Isso diz muito em termos de comodidade, de conforto, mas diz muito, sobretudo, em termos de dignidade daqueles que se veem nessas circunstâncias”, frisou.
Relativamente ao nome do novo navio, Vasco Cordeiro recordou a opção que tem sido seguida de “associar a novos equipamentos, modernos, os nomes daquelas que são figuras de referência, incontornáveis nesta área do transporte de pessoas e bens entre estas ilhas”.
“É assim com o ‘Gilberto Mariano’, foi assim com o ’Mestre Simão’, é assim com o ‘Mestre Jaime Feijó’, como também foi com o Terminal Marítimo João Quaresma”, afirmou, acrescentando que se pretende “marcar e salientar o contributo que estes homens deram para a vida coletiva e para a comunidade aqui nestas ilhas, mas tem também o sentido de refletirmos um pouco neste percurso e neste trajeto que temos feito ao longo do tempo”.
Nesse sentido, referiu a importância da “memória daqueles que constituem uma peça fundamental nesta gesta que, sobretudo nas ilhas do Triângulo, se concretizou muitas vezes em condições desafiantes, em condições diria quase heroicas e que, hoje em dia, noutras condições, com outro conforto e outra comodidade, também todos os dias se concretiza, de nos tentar aproximar uns dos outros cada vez mais, de tentar reforçar a coesão por essa via, desde logo entre estas três ilhas”.
Relativamente ao Mestre Jaime Feijó, o Presidente do Governo recordou que “marcou de forma indelével esta atividade pela sua competência, pela sua tenacidade, pela sua determinação, pelo seu espírito de serviço – alguns não hesitam em considerar também pela sua heroicidade – em circunstâncias em que, muitas vezes, foi o seu caráter destemido e o seu sentido de serviço aos outros que fez a diferença entre a vida e a morte, sobretudo quando havia evacuações para a ilha do Faial”.
“Que esta seja uma forma de lembrar o homem, mas também de lembrar estes valores que são tão necessários e tão importantes nos dias que correm”, afirmou Vasco Cordeiro, manifestando o desejo de que o novo navio seja “um fator de melhoria e de coesão, desde logo entre estas três ilhas, porque, se o for, está também a ser um fator de coesão para toda a nossa Região”.