O líder do PS/Açores, Vasco Cordeiro, considerou hoje, na apresentação da sua recandidatura, que a geringonça nacional, socialista, funcionou, e que a dos Açores, de direita, está a “agravar” a situação social e económica do arquipélago.
“A geringonça nacional resolveu problemas, recuperou económica e socialmente o país. Esta geringonça [nos Açores], está a agravar as circunstâncias sociais e económicas da nossa região. Essa é uma diferença fundamental que faz com que haja degradação das instituições, um clima de desânimo e a uma desilusão”, declarou Vasco Cordeiro.
O líder regional socialista, que convocou os órgãos de comunicação social para apresentar a sua recandidatura à liderança do maior partido da oposição nos Açores, considerou que o “sentido político duma [eventual] remodelação está ferido de morte” e “foi completamente desbaratado pelo Governo Regional” e pelo seu líder, José Manuel Bolieiro (PSD).
“Quando existe um partido político que faz parte desta maioria absoluta que sustenta o Governo e diz que tem já o acordo do presidente do Governo quanto a uma remodelação, quando insistiu que tinha essa garantia, quando colocou essa exigência, José Manuel Bolieiro não teria ficado apenas pela declaração que é a ele que compete fazer as remodelações”, apontou Vasco Cordeiro, referindo-se ao Chega.
Questionado sobre se avançou para uma recandidatura por falta de alternativa interna, o dirigente referiu que “qualquer militante do PS/Açores pode, poderia ter apresentado a sua candidatura”, salvaguardando que “há vários, felizmente, militantes do PS/Açores que, se quisessem e entendessem, teriam condições para serem candidatos”.
Quando interrogado sobre se não seria mais fácil para o PS/Açores procurar um novo ciclo político se se tivesse retirado de cena, Vasco Cordeiro declarou que “a resposta a esta pergunta será dada pelas eleições internas”.
Para justificar a sua recandidatura, Vasco Cordeiro referiu: “Porque acho que aprendi e porque acho que há ainda mais a aprender. Aprendi, não só com os cargos e funções que exerci, mas aprendi, atrevo-me a dizer, sobretudo com aquilo que o povo açoriano me disse e disse ao PS/Açores em outubro de 2020”.
O líder socialista reiterou que o “povo açoriano, é importante não esquecê-lo, não votou pela derrota do PS/Açores”, salvaguardando que “o PS venceu as eleições de outubro de 2020”.
“Mas o povo açoriano foi claro na sua mensagem de sinalizar descontentamento e cansaço com a forma como o PS/Açores atuava e com a forma como o PS/Açores governava. Foi claro a sinalizar que, mesmo não querendo mudar o PS/Açores para fora do Governo, queria que o PS/Açores mudasse, desde logo, a sua forma de atuar, de se relacionar e de governar”, frisou o dirigente.
Vasco Cordeiro acrescenta que se recandidata “porque os Açores não estão, nem podem estar, condenados a este estado de degradação, de desilusão e de desânimo para o qual são diariamente arrastados pelo atual Governo Regional” porque quer “liderar uma alternativa séria, competente, capaz e motivada ao crescente pântano político que se vive atualmente”.
“Aquilo que sobra em arrogância e demagogia ao Chega, falta em coragem política ao Governo Regional para pôr toda esta situação em ‘pratos limpos’, referiu o dirigente.
Segundo Vasco Cordeiro, “a par da degradação das instituições e da desilusão, há, igualmente, um profundo desânimo, um sentimento de que os Açores estão a ficar para trás, fruto das opções deste Governo”.
Lusa