O presidente do Governo dos Açores afirmou hoje que os mecanismos de controlo de qualidade do leite da região “são extremamente rigorosos”, garantindo que a deteção de uma toxina em alguns lotes “não põe em causa” a saúde pública.
“Essa situação o que prova é que os mecanismos de controlo da qualidade do leite dos Açores são extremamente rigorosos e funcionam e essa deve ser uma condição de segurança também para os consumidores”, afirmou Vasco Cordeiro, em declarações aos jornalistas.
Na segunda-feira, o Governo dos Açores confirmou a deteção de níveis de aflatoxina M1 em leite produzido na ilha de S. Miguel superiores aos limites permitidos pela UE, estando as empresas de lacticínios a proceder à retirada do mercado de alguns lotes.
Em declarações aos jornalistas, Vasco Cordeiro reafirmou que “não está em causa um problema de saúde pública”.
O presidente do executivo açoriano disse existir “um forte compromisso” de todos os envolvidos no setor tendo em vista “a preservação da qualidade e segurança alimentar”.
“Obviamente que o ideal seria que situações destas nunca acontecessem, mas julgo que ninguém pode garantir que uma situação destas não pode existir e, portanto, temos de passar à fase seguinte”, salientou, destacando que as fábricas de rações e as indústrias de laticínios têm mecanismos de fiscalização e de controlo que evitam situações que possam prejudicar o consumidor final.
O presidente do Governo dos Açores reafirmou que as rações produzidas com o lote de milho proveniente da Bulgária, identificado como sendo a causa desta situação, foram “retiradas de circulação” e “vão ser destruídas”.
Também o presidente da Federação Agrícola dos Açores, Jorge Rita, disse que a situação detetada “não põe em causa a saúde pública”, indicando que os lotes de leite foram retirados apenas por “uma questão de precaução”, já que “não estão em causa parâmetros muito levados”.
“Arrumou-se esta situação e espero que haja total confiança de todos os consumidores”, disse Jorge Rita, convicto de que o mercado irá reagir de “forma normal” e sublinhando também que “as situações aparecem porque existe fiscalização e rastreio”.
“Estamos acima do que é a legalidade, e nós não queremos a ilegalidade até porque temos uma marca e uma qualidade de um produto que todos nós temos de defender e por isso a decisão é correta”, disse.
Jorge Rita explicou que o milho foi “importado de forma legal, no início do ano”, mas que depois “se poderá ter agravado com o tempo, na multiplicação das toxinas”, indicando que no caso da Associação Agrícola de São Miguel, que tem uma das fábricas de rações, estão em causa aproximadamente 300 toneladas de ração.
O dirigente associativo disse ainda que quem comprou leite da Bel e da Unileite e o tem ainda armazenado em casa “pode e deve” consumi-lo, pois “não há qualquer problema de saúde pública”.
Vasco Cordeiro e Jorge Rita falavam em Ponta Delgada, à margem da assinatura de protocolos entre a Região e entidades angolanas ligadas ao setor da pecuária.
Lusa