O Presidente do Governo inaugurou, esta quarta-feira, na Universidade de Fresno, o Portuguese Beyond Borders Institute (PBBI), tendo destacado o contributo que este instituto vai dar para o aprofundamento da relação existente entre os Açores e o Estado norte-americano da Califórnia.
“Um dos grandes desígnios que preside à criação deste instituto é ser, não apenas uma forma de dar a conhecer mais e melhor a história da presença açoriana na Califórnia, mas ser um veículo para projetar e rentabilizar essa história em benefício do futuro comum”, afirmou Vasco Cordeiro.
Segundo disse, o Governo dos Açores está, assim, pronto a “alinhar neste desafio e conta, naturalmente, com a Universidade de Fresno e com o Diretor do Instituto, Diniz Borges, para levar por diante esta tarefa, em benefício da Comunidade Açoriana na Califórnia, da relação entre Portugal e os EUA e da relação muito especial que os Açores mantêm com este Estado”.
Na ocasião, o Presidente do Governo anunciou que o Executivo apoiará o PBBI através da cedência de cerca de 500 livros e de material em diversos suportes, assim como através de um programa de intercâmbio de professores e de alunos.
“Estas são duas áreas em que, da parte do Governo dos Açores, colaboraremos com o PBBI”, para além do apoio que já conta, quer da Universidade de Fresno, quer da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD), sublinhou Vasco Cordeiro.
Neste terceiro dia da visita oficial à Califórnia, o Presidente do Governo proferiu também a aula inaugural do PBBI, ocasião em que defendeu que o processo de desenvolvimento dos Açores passa por um bom ponto de equilíbrio entre os setores mais tradicionais da economia e a aposta em novas áreas que projetem o arquipélago como porta de entrada na Europa e de ‘hub’ para o Atlântico.
“Procuramos projetar os Açores no futuro. O nosso objetivo é promover o equilíbrio entre os setores mais tradicionais da nossa economia com os principais desenvolvimentos em novas áreas estratégicas, projetando a Região e a sua posição geográfica como porta de entrada para a Europa e de ‘hub’ para o Atlântico”, afirmou Vasco Cordeiro.
Nesta palestra sobre os ‘Açores no Século XXI’, Vasco Cordeiro destacou, nesta estratégia de desenvolvimento da Região, o papel que devem desempenhar as áreas do espaço, do mar, das tecnologias da informação e do posicionamento geoestratégico do arquipélago.
No caso do espaço, uma área emergente na Europa, os “Açores estão a assumir um papel de liderança nesta nova fronteira, recebendo a atenção, investimentos, projetos e infraestruturas que garantirão um papel central na investigação e no conhecimento” que está a ser desenvolvido neste setor”, sublinhou.
Nesse sentido, Vasco Cordeiro recordou que foi recentemente lançado o Azores International Satellite Launch Program com o objetivo de convidar empresas públicas e privadas e organizações de todo o mundo a colaborar com empresas portuguesas e laboratórios de pesquisa para conceber, instalar e operar um porto espacial na ilha de Santa Maria.
“A nossa expetativa é que, após todas as fases de avaliação e análise das condições de viabilidade e processos contratuais, os primeiros serviços de lançamento entrem em funcionamento nos Açores em 2021”, adiantou.
A outra área que oferece grande potencial para o futuro dos Açores é o Atlântico, preconizou o Presidente do Governo, exemplificando que, se todo o mar dos Açores fosse terra, o território terrestre da Região teria aproximadamente a mesma área que a França e a Alemanha juntas.
“Os Açores são, provavelmente, um dos lugares do mundo cujo conhecimento do fundo do mar é mais avançado, graças à pesquisa produzida pelos nossos cientistas, mas também pelas parcerias científicas estabelecidas nas últimas duas décadas com outros centros de pesquisa”, frisou.
O Observatório do Atlântico, um instituto de investigação internacional que será criado, em breve, na ilha do Faial, será um importante contributo para continuar nesta via, defendeu Vasco Cordeiro, que convidou as instituições californianas a participarem deste esforço internacional em prol da ciência e do desenvolvimento.
Nesta aula inaugural, o Presidente do Executivo adiantou que uma terceira área em que o Governo dos Açores tem investido tem a ver com o desenvolvimento do setor da Informação e Tecnologia na Região, destacando o projeto Terceira Tech Island que está a ser desenvolvido na ilha Terceira.
Outra área em que os Açores têm de assumir cada vez mais uma nova centralidade tem a ver com a sua posição geoestratégica, disse o Presidente do Governo, para quem este é um património da Região desde a época dos Descobrimentos e que “terá um papel crucial na redefinição em curso dos interesses no Atlântico Norte”.
“O espaço, o Atlântico, a indústria tecnológica e a nossa localização geoestratégica serão assim quatro pilares que ajudarão a moldar o que seremos como Região no mundo neste século XXI”, disse o Presidente do Governo.