O líder do PS/Açores propôs hoje a vacinação em massa de Rabo de Peixe e que as farmácias passem a integrar o processo de vacinação na região, a par da criação de um plano estratégico de retoma económica.
Numa declaração política no parlamento dos Açores, reunido a partir de hoje em sessão plenária na cidade da Horta, Vasco Cordeiro considerou que se “está a fechar a janela de oportunidade para o controlo efetivo e mais rigoroso” da pandemia da covid-19, tendo proposto que “é tempo retomar o rastreio das cadeias de transmissão e dos inquéritos epidemiológicos”.
O também líder do grupo parlamentar do PS/Açores disse que “deveria ser avaliada a possibilidade de as farmácias nos Açores poderem administrar vacinas”, visando o “aumento exponencial da capacidade de vacinação”.
No caso específico da vila de Rabo de Peixe, no concelho da Ribeira Grande, Vasco Cordeiro quer combater “alguma resistência ao processo de vacinação pelo reforço de campanhas de formação e de sensibilização especificamente dirigidas à população”, bem como desenvolver um “plano territorialmente delimitado à vila para um processo de vacinação em massa”.
Neste momento, a vila de Rabo de Peixe, na ilha de São Miguel, totaliza 159 dos 246 casos ativos de covid-19 nos Açores.
Outra das medidas propostas pelo ex-presidente do Governo dos Açores foi a criação de um plano estratégico de retoma económica, com especial ênfase no turismo, a par da preparação do “dia seguinte ao fim das moratórias”, bem como da retoma assistencial, de forma particular por via das doenças oncológicas e mentais.
O secretário regional da Saúde e Desporto, Clélio Meneses, saudou o “caminho construtivo que deve ser seguido” no combate à pandemia, designadamente a postura de Vasco Cordeiro, “apesar de isolado dentro do PS” nesta matéria, exemplificando com artigos de opinião de dirigentes socialistas.
Clélio Meneses destacou que “está a ser feita a análise epidemiológica”, que vai ser “intensificada”, tendo anunciado que no âmbito do processo de vacinação já foram administradas 100 mil doses.
O titular da pasta da Saúde recordou que “não havia um plano de vacinação” quando o Governo de coligação (PSD/CDS-PP/PPM) chegou ao poder, que teve que ser construído, segundo disse, no prazo de “menos de um mês”.
A deputada centrista Catarina Cabeceiras sublinhou que os Açores “são a região do país com menos mortes e menos casos”, enquanto António Lima, do Bloco de Esquerda, lembrou que a resistência à vacinação pode “pôr em causa a imunidade de grupo”, sendo que o Governo Regional não pode “aceitar ficar de braços cruzados”.
O parlamentar Nuno Barata (IL) considerou que o secretário regional da Saúde não tem razões para saudar Vasco Cordeiro, tendo lamentado que “14 meses depois o PS insista, em termos partidários, em trazer a pandemia a debate”, bem como através de artigos de opinião de militantes socialistas nos jornais.
O dirigente frisou que Vasco Cordeiro “deseja o diabo e o fim do mundo”.
Paulo Estevão, do PPM, valorizou o “esforço de estar ao lado da autonomia” do líder do PS/Açores, tendo salvaguardado que “é mais o que une do que separa” os partidos do Governo e da oposição “ao serviço dos Açores e dos açorianos”.
O líder da bancada do PSD/Açores, Pedro Nascimento Cabral, sublinhou a postura solidária e institucional de Vasco Cordeiro, que “contrasta com a postura do PS nos artigos de opinião”, tendo recordado que “não foi este o Governo que sequestrou durante 14 dias as pessoas em hotéis”.
Carlos Furtado, do Chega, considerou que o combate à pandemia em Rabo de Peixe “não tem sido eficaz, como indicam os números”, havendo que “arranjar uma solução especifica” para aquela vila da ilha de São Miguel.
Lusa