O Presidente do Governo dos Açores reuniu sábado com uma delegação do Comité de Supervisão e Reforma Governamental da Câmara dos Representantes do Congresso dos Estados Unidos, sensibilizando este grupo de Congressistas para a relevância estratégica que a Base das Lajes assume no âmbito do relacionamento entre os dois países.
Neste encontro, que decorreu no âmbito de uma visita à ilha Terceira de 11 Congressistas norte-americanos que integram aquele Comité, liderados pelo Republicano Jason Chaffetz, foi ainda abordada a capacidade da Base das Lajes para acolher novas valências que sirvam os interesses de Portugal e dos Estados Unidos.
Esta é a terceira visita de delegações de Comités do Congresso dos Estados Unidos à ilha Terceira, depois do Comité de Apropriações, em agosto de 2015, e do Comité de Inteligência, em maio do mesmo ano.
Segundo Vasco Cordeiro, o Governo dos Açores está disponível e interessado em analisar e apoiar todas as potencialidades de cooperação entre os dois países, nomeadamente nas áreas da investigação oceanográfica, espacial e climática.
O Presidente do Governo considerou, no entanto, que é importante que essa perspetiva de cooperação futura não faça esquecer as necessidades do presente, que resultam dos impactos que derivam da redução do contingente norte-americano na Base das Lajes e que ainda necessitam de soluções concretas, da responsabilidade de Portugal e dos Estados Unidos.
O Comité de Supervisão e Reforma Governamental da Câmara dos Representantes dos Estado Unidos é a entidade que se encontra a desenvolver uma das investigações internas sobre os fundamentos do Pentágono de sedear o Joint Analysys and Inteligence Complex (JAIC) na Base de Croughton, no Reino Unido.
Recorde-se que, além de vários contactos desenvolvidos de forma reservada desde o final de 2012, quando foi anunciada a redução do contingente militar e civil norte-americano na base aérea da ilha Terceira, Vasco Cordeiro participou, ainda, em quatro reuniões da Comissão Bilateral Permanente do Acordo de Cooperação e Defesa entre Portugal e os Estados Unidos, a última das quais em maio deste ano, em Washington.
Na ocasião, o Presidente do Governo destacou a contratação prevista de cerca de 70 trabalhadores portugueses que completarão o novo quadro do destacamento militar dos EUA na Base das Lajes, assim como o facto de todas as cessações de contratos de trabalho se terem efetuado por mútuo acordo, não se tendo registado despedimentos puro e simples.
Além disso, relativamente à componente ambiental, Vasco Cordeiro defendeu, na mesma ocasião, a necessidade de os Estados Unidos da América “fazerem mais e mais rapidamente”, não apenas para garantir a integral limpeza e mitigação em relação às zonas já conhecidas, como para prevenir impactos ambientais futuros.