Venda de anti-depressivos dispara na Região

Numa ronda por várias farmácias de Ponta Delgada, a informação recolhida era unânime quanto ao aumento da venda/consumo desta tipologia de medicamento, sobretudo nos últimos dois anos. O período de Inverno é aquele onde a corrida às farmácias para a compra de anti-depressivos é mais acentuada. Explicaram-nos que, nesse cenário, poderá ter influência o facto de vivermos em ilhas (com limitações geográficas mais limitadas) a par das condições atmosféricas características da época, como são os dias mais cinzentos, com ausência de sol, que podem propiciar estados depressivos. Quanto às faixas etárias que se apresentam como “os maiores consumidores” de anti-depressivos, os técnicos de farmácia balizam os limites entre os 30/45 anos, ressalvando que é também considerável o número de pessoas na casa dos 20 anos e acima dos 55 anos que também recorre a esses fármacos. E a verdade é que a medicação pode aliviar os sintomas e tornou-se, assim, a primeira linha de tratamento para a maioria dos tipos de depressão. Estes medicamentos são a pedra basilar do tratamento das depressões moderadas e graves, e das depressões crónicas, podendo ser úteis nas depressões ligeiras, e não criam habituação nem alteram a personalidade da pessoa. Com a evolução da ciência e da farmacologia, estes medicamentos são cada vez mais eficazes no controlo e tratamento da depressão, nomeadamente por interferência com a acção de neurotransmissores, como a serotonina e a noradrenalina, no hipotálamo, a zona do cérebro responsável pelo humor/emoções. Mas como bem se sabe, a medicação só por si pode não curar- porque não resolve as causas- e como tal a pessoa muitas das vezes acaba por ficar com um problema crónico, precisando de tomar medicação para equilibrar a química cerebral e dessa forma conseguir ter alguma qualidade de vida.  Por isso é essencial determinar qual o factor ou os factores que desencadearam a crise depressiva, uma vez que para o doente poderá ser vantajoso aprender a evitar ou a lidar com esse factor durante o tratamento. Regra geral, os estudos indicam que a combinação de medicamentos antidepressivos com a psicoterapia é mais eficaz do que qualquer um deles isolado, pelo que esta combinação é actualmente o tratamento mais recomendado.