“Isto é uma forma de obrigarem os produtores nacionais a baixar o preço da sua produção e só pode ser apelidado de acto terrorista”, afirmou Aníbal Pires, deputado regional do PCP/Açores, na conferência de imprensa que encerrou uma visita à ilha Terceira.
Aníbal Pires, que também é o coordenador do PCP nos Açores, salientou que a baixa de produção verificada localmente também resulta de “não haver mercado para a colocação do leite no continente português”.
“Se a produção açoriana representa 30 por cento da produção nacional, o que torna o país auto-suficiente, não se percebe como é que se pode vender leite estrangeiro mais barato que o nosso”, frisou, apelando a uma intervenção da Alta Autoridade para a Concorrência.
O deputado comunista encontrou-se ao longo desta semana com responsáveis da área sindical, económica, recreativa, cultural e desportiva da Terceira, numa visita que classificou como “positiva”.
Aníbal Pires salientou que os efeitos da crise fazem sentir-se “no desemprego, na precariedade e no subemprego”, o que tem originado que “os sindicatos, que recebiam em média três pessoas por dia, passaram a receber 20 com problemas de trabalho”.
Na área económica, apontou “a falta de uma política de transporte marítimo”, considerando que a frequência das viagens, o seu custo e a capacidade dos barcos originam “um estrangulamento no escoamento das produções locais” que considerou ser “nefasto para a economia regional.
Aníbal Pires acusou ainda o governo regional de “governamentalizar o Conselho Regional da Juventude” e de “não potenciar a promoção da circulação das produções culturais locais entre todas as ilhas”.
Lusa