Os vinhos Curral Atlantis, produzidos na ilha do Pico, nos Açores, chegaram este ano pela primeira vez ao Japão, um “novo mercado exportador” que a empresa tenciona potenciar devido à dimensão.
“Conhecemos estes senhores, em concreto, numa feira internacional em Lisboa. Demorou ainda algum tempo a concretizar o negócio, mas com o tempo foram conhecendo a empresa, os vinhos e toda a nossa realidade”, afirmou à Lusa Marco Faria, gerente da empresa picoense, acrescentando que para o Japão foram envidados vinhos brancos e licorosos.
A Curral Atlantis produz anualmente 70 mil garrafas de vinho, relativas a seis referências, entre brancos, tintos e licorosos, usando para tal uvas de produção própria e outras compradas a pequenos produtores do Pico, ilha que concentra a maior área de cultivo de vinho nos Açores.
“O importador mostrou-se muitíssimo interessado e continua a contactar, a querer saber novidades. O feedback que temos de lá do início de vendas está a ser ótimo”, disse Marco Faria, para quem “é expectável virem a ocorrer novas encomendas no futuro”.
Marco Faria adiantou que, além do consumo regional, os vários vinhos da empresa são vendidos no continente e exportados para a Polónia e a Alemanha desde 2011/2012.
Um dos vinhos mais famosos é o licoroso, feito com uvas verdelho e arinto, galardoado em 2010 com a medalha de ouro da Festa das Vindimas e que recupera uma tradição secular.
“O objetivo deste vinho foi tentar reproduzir o que eram os antigos vinhos Verdelho e Arinto do Pico, que deram história à nossa ilha, os tais que conquistaram a Rússia”, disse Marco Faria, adiantando que a maturação destes vinhos licorosos demora “cinco anos em barrica e um ano em garrafa”.
No final do mês arranca mais uma época de vindimas nos Pico e este ano a expectativa é de conseguir “uma produção média” ao nível da quantidade e “excelente” ao nível da qualidade das uvas.
“Já no ano passado foi produção baixa e qualidade muito boa e este ano, pelo estado das uvas e início de maturação, se continuar assim será um ano excelente ao nível da qualidade”, referiu o gerente da Curral Atlantis.
A produção vitivinícola no Pico divide-se em vários tipos de castas, nomeadamente as não classificadas, como o ‘vinho de cheiro’, as castas tradicionais brancas, destinadas à produção de vinhos licorosos e vinhos regionais, como o Verdelho, Arinto e Terrantez, e as castas europeias tintas.
O período de vindimas na ilha do Pico arranca hoje para as castas brancas e termina em meados de setembro com as castas tintas.
Lusa