Votos de pesar pelo falecimento de António Machado aprovados no Parlamento Regional

Foto - Direitos de autor

Dois votos de pesar foram hoje aprovados, por unanimidade, no Parlamento Regional, pelo falecimento, a 01 de fevereiro, de António Manuel Garcia Machado, “amante compulsivo das coisas do mar…e uma das figuras de maior prestigio e relevo no processo de salvaguarda, reabilitação do património, musealização e reconversão da cultura baleeira na Região Autónoma dos Açores”, destacou o voto de pesar do Partido Socialista.

Percebeu, com o fim da caça, em 1984, que o cachalote haveria de renascer como objeto de culto e de consumo visual, e estético, transformando-se numa espécie de conduto terreal e anímico para o território e para a comunidade, tendo ele próprio, ainda jovem, se notabilizado como um dos mais credenciados e reputados artistas de marfim de baleia dos Açores, representado em museus, em coleções particulares e privadas, e com obras espalhadas por todo o mundo.

“Compreendeu, como poucos, a importância da história da baleação para a construção da nossa identidade cultural”, salientou o voto apresentado pelo PSD/A, ressalvando que António Machado foi “acima de tudo uma pessoa que sintetizava o que mais primordial existe na palavra açorianidade, entendida como fundamento básico da identidade matricial insular, ao servir de fiel depositário, memória e consciência de uma atividade que para ele – e para todo o sul do pico – não tinha apenas uma dimensão histórica, mas sobretudo uma dimensão mitológica”.

Fundador e sócio número um do Clube Náutico das Lajes do Pico em 1978, foi seu presidente até 1998, onde participou durante largos anos em inúmeras regatas em botes baleeiros, enquanto oficial do “seu” bote Maria Armanda.

António Manuel Machado fez parte da Comissão Instaladora do Museu dos Baleeiros desde a sua criação, em 1977 até 1982, ano em que suspendeu funções, assim como da Comissão Consultiva do Património Baleeiro Regional, de 1998 até 2016, como personalidade de reconhecido mérito identificada com a história e atividades baleeiras, através de nomeação da Secretaria Regional da Educação e Cultura, por proposta do Museu do Pico e da Direção Regional da Cultura.

Paralelamente, teve um papel fundamental e notável ao nível do desporto local enquanto treinador do Clube Desportivo Lajense em vários períodos da sua história (1980-1984, 1987-1988, 1990-1994, 1997-1998).
Defensor intransigente de causas, foi militante no partido Socialista desde 1984, fazendo parte da Assembleia Municipal das Lajes do Pico de 1997 a 2001.

António Manuel Garcia Machado, filho do grande baleeiro, o mítico arpoador Mestre Manuel Garcia, nasceu no dia 27 janeiro de 1955 e faleceu no passado dia 1 de fevereiro, aos 65 anos de idade, vítima de doença prolongada, e “será eternamente lembrado como um homem que amou como poucos a sua terra, a atividade baleeira e o fantástico e fascinante património que lhe está associado” (PS).

Pub

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here