“Os nossos pescadores não podem estar na mão da chantagem permanente do compadrio e do amiguismo de qualquer subsecretário das pescas”, afirmou Zuraida Soares aos jornalistas, antes de percorrer as ruas de Rabo de Peixe em contactos de distribuição de propaganda.
Sublinhando que o “FundoPescas [mecanismo de apoio em situações de quebra de rendimentos devido ao mau tempo] tem de estar inscrito em forma de lei de forma clara e transparente para que não seja uma arma de chantagem sobre os pescadores”, a candidata bloquista admitiu que, em nome da “sustentabilidade dos recursos piscícolas”, tem de haver “de redução do esforço de pesca” temporária de atividade, mas os “pescadores têm de ser recompensados pela paragem”.
“Defendemos uma política de pesca que rentabilize este mar imenso”, afirmou, acusando o Governo Regional de nunca ter reconhecido a “dignidade e valor” do setor pesqueiro no arquipélago.
Quanto às expetativas eleitorais do BE no próximo domingo, Zuraida Soares insistiu que pretende aumentar a representação no parlamento açoriano e o número de votos.
“Não impediremos a constituição de um governo minoritário na Assembleia Legislativa dos Açores, aceitando a escolha maioritária dos eleitores”, mas o “BE não fará parte de nenhum Governo Regional”, assegurou.
“O Bloco de Esquerda fará parte de uma oposição responsável, corajosa e combativa”, acrescentou.
Nas ruas de Rabo de Peixe, quando confortada por um eleitor sobre a necessidade de votar de forma diferente do que aconteceu em outras eleições, Zuarida Soares sustentou que “os outros são o BE”.
Confrontada por um outro eleitor sobre as dificuldades criadas pela “falta de peixe” a dirigente bloquista aconselhou-o a “votar noutro partido” para permitir novas políticas de gestão das pescas, lembrando, mais adiante, a uma idosa que se queixava de problemas de locomoção que domingo “é preciso fazer o sacrifício” de ir à assembleia eleitoral.
Lusa